O 'novo' papel das CIM - Comunidades Intermunicipais e das Áreas Metropolitanas
O segundo dia das Jornadas navegante® abriu com um painel que revelou o desempenho das Comunidades Intermunicipais (CIM’s) e das Áreas Metropolitanas na questão da mobilidade. A representá-las estiveram Ariana Pinho, Primeira-Secretária Executiva da Área Metropolitana do Porto (AMP); António Torres, Primeiro-Secretário da CIM Lezíria do Tejo; Joaquim Brandão Pires, Primeiro-Secretário da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL); Paulo Simões, Primeiro-Secretário da CIM Oeste; e Rui Lopo, Administrador da Transportes Metropolitano de Lisboa (TML). Moderou esta conversa Hugo Oliveira, Diretor de Regulação da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Área Metropolitana do Porto, Área Metropolitana de Lisboa, Algarve, Oeste e Lezíria do Tejo têm perfis muito diferentes e, naturalmente, os seus planos de ação e as suas adaptações à gestão da mobilidade também diferem. Numa conversa animada, os seus representantes discorreram sobre as dificuldades e as perspectivas para o futuro.
Para Ariana Pinho, “a gestão da mobilidade é um desafio enorme”, tão grande quanto a extensão da área metropolitana do Porto, e para a qual a Primeira-Secretária ambiciona muito mais recursos. Joaquim Brandão Pires reportou igualmente “um enorme receio” no início deste processo de gestão do setor dos transportes na CIM do Algarve, já que “foi um trabalho praticamente do zero e numa região muito heterogénea, com grande densidade populacional em alguns municípios”. Já António Torres, da CIM Lezíria do Tejo, relatou dificuldades como a falta de concorrentes para um concurso público para obter uma concessão de transportes, só superadas pela criação de um operador interno que será implementado nos próximos dois anos. Para Paulo Simões, da CIM Oeste, região com uma densidade de 167 habitantes por km2, e onde cerca de 5000 pessoas se deslocam todos os dias para Lisboa, era igualmente obrigatório repensar o modelo da política de mobilidade. “Tudo isto passou por percorrer um caminho que não foi fácil, mas que está a ser muito interessante”, afirmou. Já Rui Lopo, afirmou que na área metropolitana de Lisboa, região com uma necessidade de transporte superior à de todo o restante território nacional, e que teve ainda a tarefa da implementação do navegante, afirmou que “foram aprendendo muito com a experiência” e que, por via dessa escala, na TML estão disponíveis para serem aceleradores de experiências. Hoje, sentem-se muito mais preparados, nomeadamente a nível da comunicação, que era uma dinâmica que não existia e que tem sido muito bem recebida. “O desafio, agora, é saber como conseguir melhorar, de forma a dar resposta às necessidades das pessoas”, concluiu.
Aproveitando a deixa de Rui Lopo, Hugo Oliveira questionou o painel sobre esse trabalho de gestão das expetativas das pessoas e sobre o que é esperado no futuro. Ariana Pinho confessou que as expectativas relativamente à marca UNIR estão neste momento muito baixas. “Nós passámos de 28 operadores para 5, e mesmo assim não tem sido fácil gerir porque há realidades muito diferentes entre operadores, e os utilizadores ressentem-se com estas diferenças”. No entanto, Ariana espera estabilizar a operação dentro de um ou dois meses e começar, então, a melhorar a oferta. Joaquim Brandão Pires assumiu igualmente que a experiência da atual concessão não está a ser positiva: “Não estamos a conseguir transferir passageiros do privado para o coletivo. No Algarve, a quota de utilização de transporte público por parte da população é neste momento de 7%.” A razão para a pouca utilização do transporte público, segundo inquéritos realizados, tem a ver com a frequência e com horários incompatíveis. Na próxima concessão, de modo a atrair mais pessoas para o transporte público, Joaquim Brandão Pires sabe que têm de ser feitas alterações, como aumentar o período de concessão e separar o Transporte Regular do Transporte Flexível. Já António Torres defende uma política diferente para a Lezíria do Tejo: “Estamos a querer transferir o Transporte Flexível para o futuro operador interno, por forma a que seja ele a fazer esta complementaridade entre transporte Público e Flexível. A ideia é termos um puzzle em que as peças casam completamente, para que todas as pessoas tenham acesso à mobilidade.” Paulo Simões reporta igualmente os esforços da CIM do Oeste para melhorar o serviço: “Até agora nós somos das CIMs que mais comparticipam a redução do tarifário. Também melhorámos as redes e os horários. Hoje, por exemplo, os nossos estudantes universitários que estudam em Lisboa já conseguem ir e voltar no mesmo dia”. Na mesma linha de raciocínio, Rui Lopo aponta essa necessidade de trabalhar a resolução das necessidades concretas das pessoas. “Temos de trabalhar todos mais em rede e ser mais práticos. Hoje, no âmbito da área metropolitana de Lisboa, sabemos todas as manhãs quantas pessoas andaram de transportes. Isto é muito importante para um planeamento assertivo do nosso trabalho. Na amL transportamos 620 mil passageiros por dia e queremos alcançar um milhão. Mas quando o alcançarmos, os atuais autocarros já não serão suficientes. Por isso, nos próximos 15 anos temos muita necessidade de planeamento”, remata.
Área Metropolitana do Porto, Área Metropolitana de Lisboa, Algarve, Oeste e Lezíria do Tejo têm perfis muito diferentes e, naturalmente, os seus planos de ação e as suas adaptações à gestão da mobilidade também diferem. Numa conversa animada, os seus representantes discorreram sobre as dificuldades e as perspectivas para o futuro.
Para Ariana Pinho, “a gestão da mobilidade é um desafio enorme”, tão grande quanto a extensão da área metropolitana do Porto, e para a qual a Primeira-Secretária ambiciona muito mais recursos. Joaquim Brandão Pires reportou igualmente “um enorme receio” no início deste processo de gestão do setor dos transportes na CIM do Algarve, já que “foi um trabalho praticamente do zero e numa região muito heterogénea, com grande densidade populacional em alguns municípios”. Já António Torres, da CIM Lezíria do Tejo, relatou dificuldades como a falta de concorrentes para um concurso público para obter uma concessão de transportes, só superadas pela criação de um operador interno que será implementado nos próximos dois anos. Para Paulo Simões, da CIM Oeste, região com uma densidade de 167 habitantes por km2, e onde cerca de 5000 pessoas se deslocam todos os dias para Lisboa, era igualmente obrigatório repensar o modelo da política de mobilidade. “Tudo isto passou por percorrer um caminho que não foi fácil, mas que está a ser muito interessante”, afirmou. Já Rui Lopo, afirmou que na área metropolitana de Lisboa, região com uma necessidade de transporte superior à de todo o restante território nacional, e que teve ainda a tarefa da implementação do navegante, afirmou que “foram aprendendo muito com a experiência” e que, por via dessa escala, na TML estão disponíveis para serem aceleradores de experiências. Hoje, sentem-se muito mais preparados, nomeadamente a nível da comunicação, que era uma dinâmica que não existia e que tem sido muito bem recebida. “O desafio, agora, é saber como conseguir melhorar, de forma a dar resposta às necessidades das pessoas”, concluiu.
Aproveitando a deixa de Rui Lopo, Hugo Oliveira questionou o painel sobre esse trabalho de gestão das expetativas das pessoas e sobre o que é esperado no futuro. Ariana Pinho confessou que as expectativas relativamente à marca UNIR estão neste momento muito baixas. “Nós passámos de 28 operadores para 5, e mesmo assim não tem sido fácil gerir porque há realidades muito diferentes entre operadores, e os utilizadores ressentem-se com estas diferenças”. No entanto, Ariana espera estabilizar a operação dentro de um ou dois meses e começar, então, a melhorar a oferta. Joaquim Brandão Pires assumiu igualmente que a experiência da atual concessão não está a ser positiva: “Não estamos a conseguir transferir passageiros do privado para o coletivo. No Algarve, a quota de utilização de transporte público por parte da população é neste momento de 7%.” A razão para a pouca utilização do transporte público, segundo inquéritos realizados, tem a ver com a frequência e com horários incompatíveis. Na próxima concessão, de modo a atrair mais pessoas para o transporte público, Joaquim Brandão Pires sabe que têm de ser feitas alterações, como aumentar o período de concessão e separar o Transporte Regular do Transporte Flexível. Já António Torres defende uma política diferente para a Lezíria do Tejo: “Estamos a querer transferir o Transporte Flexível para o futuro operador interno, por forma a que seja ele a fazer esta complementaridade entre transporte Público e Flexível. A ideia é termos um puzzle em que as peças casam completamente, para que todas as pessoas tenham acesso à mobilidade.” Paulo Simões reporta igualmente os esforços da CIM do Oeste para melhorar o serviço: “Até agora nós somos das CIMs que mais comparticipam a redução do tarifário. Também melhorámos as redes e os horários. Hoje, por exemplo, os nossos estudantes universitários que estudam em Lisboa já conseguem ir e voltar no mesmo dia”. Na mesma linha de raciocínio, Rui Lopo aponta essa necessidade de trabalhar a resolução das necessidades concretas das pessoas. “Temos de trabalhar todos mais em rede e ser mais práticos. Hoje, no âmbito da área metropolitana de Lisboa, sabemos todas as manhãs quantas pessoas andaram de transportes. Isto é muito importante para um planeamento assertivo do nosso trabalho. Na amL transportamos 620 mil passageiros por dia e queremos alcançar um milhão. Mas quando o alcançarmos, os atuais autocarros já não serão suficientes. Por isso, nos próximos 15 anos temos muita necessidade de planeamento”, remata.